Italianos investem mais de 5,5 M€ em resort na ilha cabo-verdiana da Boa Vista

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Dois investidores italianos vão construir um resort com 72 quartos na ilha cabo-verdiana da Boa Vista, criando mais de 50 postos de trabalho, num investimento privado superior a 5,5 milhões de euros.

A informação consta de um despacho conjunto dos ministros do Turismo e Transportes e das Finanças, de 21 de Abril e consultado hoje pela Lusa, atribuindo ao “Água Luxury Resort” o estatuto de Utilidade Turística de Instalação Sal Rei, ilha da Boa Vista, através da sociedade LH Turística.
De acordo com o despacho governamental que atribui este estatuto, que dá acesso a benefícios fiscais à instalação por parte dos promotores, o investimento envolve a construção de alojamento e serviços complementares dentro de um resort, numa área de 7.140 metros quadrados, prevendo disponibilizar 72 quartos, dos quais 20 suítes. Ainda bar, restaurantes, ginásio, piscinas e até uma área de teatro.
Representa um investimento privado de 617,8 milhões de escudos (5,58 milhões de euros), para criar 53 postos de trabalho.
“O nome ‘Água Luxury Resort’ pretende ser cartão-de-visita, disposto a atender da melhor forma a procura turística na ilha da Boa Vista, apostando na diversificação da oferta turística e ao mesmo tempo complementar a oferta existente, apostando na prestação de um serviço de qualidade associado ao conforto da instalação, preservando os aspectos da sustentabilidade ambiental capaz de proporcionar equilíbrio entre negócio e a sociedade, pretende além de tudo ser uma referência no sector turístico na ilha da Boa Vista”, lê-se no despacho.
Com este investimento, eleva-se a 1.082 milhões de euros e praticamente cerca de 8.500 postos de trabalho os contratos de promotores privados, em hotelaria e turismo, fechados com o Estado cabo-verdiano desde Abril de 2020, já depois do início da pandemia de covid-19. Envolve o Radisson Praia e o Mélia Lusofonia, dois megaempreendimentos cujo investimento foi contratado no final de Março, e dois hotéis de cinco estrelas da cadeia Marriot, além de 22 investimentos com estatuto de utilidade turística, de acordo com dados oficiais compilados pela Lusa.
O presidente da Câmara de Turismo de Cabo Verde, Gualberto do Rosário, garantiu em Março, em entrevista à Lusa, que os empresários não deixaram de investir, apesar do forte impacto da pandemia, esperando um crescimento ainda mais pujante no sector a curto prazo.
“Uma vez resolvida a questão da pandemia, admito que o sector retome a normalidade, eventualmente até com outra pujança, esperemos, como vinha crescendo. Os empresários de uma forma geral, tanto os nacionais como os investidores externos, percebem que é assim e estão a preparar-se para a retoma”, afirmou o responsável, embora admitindo que a maioria dos hotéis em Cabo Verde permanece encerrada, devido aos impactos da covid-19.
O turismo representa cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) de Cabo Verde, mas o sector está praticamente parado desde final de Março de 2020, devido às restrições às viagens, impostas para conter a transmissão de covid-19, após o recorde histórico de 819 mil turistas em 2019.
Em 2020, o sector perdeu mais de 600 mil turistas, uma quebra superior a 70% face ao ano anterior.
Fonte: Lusa